«A unidade e a firmeza dos trabalhadores foram determinantes para a vitória alcançada, e a solidariedade demonstrada, no terreno, por outros trabalhadores, foi um importante contributo», considerou, num comunicado de dia 15, o Organismo de Direcção do Sector de Empresas de Loures do PCP, a propósito da vitória da luta dos trabalhadores da Valorsul, em defesa do Acordo de Empresa e do direito à negociação.
«A administração abandonou a chantagem de condicionar as negociações salariais à aceitação de retirada de direitos», e o acordo, agora concluído, «mantém todos os direitos e as actualizações salariais têm efeitos retroactivos a todo o ano passado». Também foram dadas garantias de que, este ano, a revisão do AE apenas se subordinará a aspectos pecuniários, acrescenta o organismo do PCP.
Foram actualizados os subsídios de turno e de apoio ao estudo de descendentes e ficou salvaguardada para próxima negociação a requalificação dos operadores semi-especializados, bem como a marcação das férias.
Durante 9 meses, os trabalhadores cumpriram 12 dias de greve, tendo a última sido prolongada durante uma semana em que «o direito constitucional à greve sofreu vários atentados, incluindo intervenções policiais dos corpos de intervenção da GNR e da PSP», recorda o comunicado. Salienta-se que a luta contou com a solidariedade, nomeadamente dos trabalhadores dos Serviços Municipalizados de Loures que, por esse motivo, «estão agora a ser vítimas de perseguição, com abertura de inquéritos e processos disciplinares», por terem recusado romper os piquetes de greve na Valorsul. Agora, há que manter a vigilância e garantir o acompanhamento necessário para que se arquivem os processos disciplinares e as faltas injustificadas por motivo do exercício do direito à greve, alerta a organização do PCP.